Confederação de Umbanda e Candomblé Luzes dos Orixás Zaze Loiá Ará


BABALORIXÁ – TATAZAZE – PAI IVAN XANGÔ

CÉLIA APOLINÁRIO – MÃE PEQUENA YANSÃ

 

UMBANDA

                                                                                                          

               A Umbanda é uma doutrina espiritual, tendo a influência africana desempenhando papel relevante na formação da umbanda na qual se constitui um dos principais alicerces, dando-lhe como contribuição primordial os ORIXÁS.

              Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique.

              Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:

A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum ou Zambi;

A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;

O culto aos Orixás como manifestações divinas, em que cada Orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;

A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "cavalos";

O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;

Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;

A crença na imortalidade da alma;            

A Crença na reencarnação e nas leis cármicas;

Um Deus único e superior

Deus, em sua benevolência e em sua força emana de si e através dos Orixás e dos Guias (espíritos desencarnados) seu Amor, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e intelectual.

 

O culto umbandista

A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos Orixás e dos seus guias, que na Umbanda se denominam giras.

O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotisa (pode ser Babá, Zelador, Dirigente, Diretor(a) de culto, Mestre(a), sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordenam as sessões/giras e que irão incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalhos.

Vale lembrar que o termo pai-de-santo ou mãe-de-santo não deve ser aplicado na religião de Umbanda, pois estes termos são oriundos do Candomblé, que é uma religião diferente da Umbanda.

Como uma religião espíritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns. Na Umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade. Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os Orixás.

Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira. Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e os cambones que são encarregados de atender as entidades, provisionando todo o material necessário para a realização dos trabalhos.

Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotisa responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.

Segundo a Umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:

 

Guias e protetores:

Linhas de direita: Falangeiros dos Orixás, Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros, Mineiros, Crianças, Marinheiros, Ciganos, Baianos, Orientais.

Linhas de esquerda: Povo de rua (espíritos guardiões): Exus e Pombo Gira.

As sessões

O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.

Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos... As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.

As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.

No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.

O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus (um gênero de espírito desencarnado) para auxiliar a desobsessão.

Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.

Médiuns

Médium é toda pessoa que, segundo a Doutrina Espírita, que tem a capacidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pelos espíritos).

 

A Umbanda crê que o médium tem o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.

Uma das regras básicas da umbanda é que a mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, segundo os umbandistas, mas sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate cármico e explicação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.

Existem médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e rígida através de um profundo estudo da religião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.

As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

 

ORIXÁS

 

Os Orixás

Na Umbanda os Orixás são energias, forças da natureza que estão presentes em todos os lugares, influenciando as pessoas e irradiando energias que mantém o equilíbrio natural dos elementos em relação ao universo.

Uma interpretação mais objetiva coloca os Orixás como energias emanadas da divindade, como subdivisões da unidade perfeita de Deus e não, como muitos pensam, como espíritos que progrediram muito espiritualmente, não necessitando mais do processo reencarnatório, e que para darem continuidade no seu progresso espiritual possuem como missão organizar e orientar uma rede de espíritos com menos progresso espiritual do que eles, ajudando-os a progredirem espiritualmente. Estes espíritos são, na verdade, os guias espirituais.

Cada pessoa está ligada a um desses Orixás e suas características são encontradas em seus filhos, seja na forma física ou, mais evidente, nas características psicológicas e comportamentais a qual a pessoa está relacionada.

Os elementos nos quais se manifestam os Orixás cultuados na Umbanda são:

 

OXALÁ   (Zambi)

Onipotente, força máxima da umbanda de onde provem o êxito de todos os trabalhos. È composto de diferentes espíritos.

 

OGUM    (São Jorge)

Estradas e campinas, orixá da guerra, suas legiões chefiadas por guerreiros de diversas raças, constituídas por caboclos.

 

OXOSSI (São Sebastião)

Orixá das matas, da fartura espíritos puro que amparam os sofredores, praticando a cura através das ervas, aplicadas por caboclos.

  

XANGÔ  (São Jerônimo)

Orixá do fogo, Pedreiras da justiça, dando castigo a quem merece. Aqueles que foram humilhados serão elevados, os que castigaram serão castigados e os que enalteceram serão rebaixados.   

 

YANSà (Santa Barbara)

Orixá guerreira, rainha dos ventos, tempestades, raios e o fogo.

 

YEMANJÁ  (Nossa Senhora dos Navegantes)

Dona das águas, rainha do mar, tem a proteção Oxum, dona dos lagos e cachoeiras fecundação do amor, como Nanã atuando nas águas da chuva limpando a atmosfera, purificando o nosso solo.

 

OBALUAYÊ   (São Lázaro)

Orixá da terra, detêm o podem sobre os corpos vivos ou mortos, Orixá constituído de espírito de médicos, cientistas e pretos-velhos

 

IBEJI    (São Cosme e São Damião)

Pureza, inocência, representa a criação.

Linha  de grande força que irradia alegria em todos os lugares onde

se faz necessário.

 

 

SINCRETISMO

 

Indígena, Africana, Católica, Espírita, outras.

A Umbanda é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Catolicismo (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos Negros Africanos), Espiritismo (fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual etc).

 

A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé,

 
independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, a Umbanda tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza a diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.

A máxima dentro da Umbanda é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

 

 

AXÊ! AXÊ! AXÊ!

                                                                                  CÉLIA APOLINÁRIO – MÃE PEQUENA YANSÃ